O estado, de forma geral, recebeu uma carga expressiva de imigrantes: italianos, portugueses, japoneses, espanhóis, sírio-libaneses, armênios etc., os quais vislumbraram em São Paulo uma região próspera graças ao ciclo do café. Entre todos esses imigrantes, os portugueses e os italianos – até mesmo pelos seus contingentes elevados – exerceram uma maior influência na cultura paulistana. Esta última, que servia de mão-de-obra para a cafeicultura, após crise cafeeira, instalou-se mormente na região do Brás e Bom Retiro; já os portugueses residiram na região da Luz, principalmente.
Todas essas
influências foram assimiladas e ajudaram a tecer a cultura da terra da garoa, que passou a ser - e ainda é- referência de riqueza cultural. Não é à toa que a Semana da Arte Moderna de 1922 teve como palco o Theatro Municipal de São Paulo, já que este movimento artístico tinha como uma de suas preocupações a manifestação livre e desprendida da arte. Assim como, segundo o compositor Tom Zé, o Tropicalismo encontrou em São Paulo o acolhimento essencial para se firmar como um importante movimento cultural, por encontrar na cidade reflexos e inspirações para os ideais tropicalistas.
Da sutileza das orquestras sinfônicas à energia de blocos carnavalescos, o antigo centro da metrópole paulista é patrimônio cultural. É nele, que podemos captar de forma mais rica como os processos históricos e fenômenos culturais estão atados, pois qualquer tipo de manifestação (seja artística ou não) de um povo é efetivamente um reflexo de suas próprias transformações.